"Em situações de emergência, crianças e mulheres são os mais propensos
a sofrer abusos e explorações", explica Halim Antônio Girade,
coordenador da área de emergências da Unicef no Brasil. "Pessoas desse
grupo são os primeiros a perder seus direitos em condições extremas,
assim como os idosos, que também devem receber atendimento prioritário".
Um incidente que ilustra bem este problema é o furacão Katrina, que
alagou a cidade de Nova Orleans, EUA, em 2005. Nos abrigos, mesmo
abarrotados de gente, muitas mulheres sofreram abuso sexual. Já em
países com guerras civis, é comum treinar crianças para entrar na
guerrilha. Para manter os direitos deste grupo de pessoas, teoricamente
mais frágeis e dependentes, existe a Declaração sobre a Proteção da
Mulher e da Criança em Estados de Emergência e de Conflitos Armados,
criada pela ONU em 1974 - o texto é reforçado pela Convenção sobre os
Direitos da Criança, de 1989. No Brasil, a prioridade de atendimento em
situações emergenciais é sempre de crianças, adolescentes e grávidas -
por carregar uma criança no ventre. Só então é a vez de mulheres e
idosos.
TROCA TROCA
Quando a tragédia tem muitas vítimas, as prioridades podem mudar.
Em grandes terremotos, a preferência é atender quem tem mais risco de
morte, não importando se é homem, mulher ou criança. Quando rola
despressurização em aviões, os adultos devem vestir máscaras de oxigênio
para só depois colocá-las nas crianças.
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